Podcast: Bolhas na superfície

Uma das causas de bolhas na superfície é a presença de pó na superfície da parede. Elas aparecem quando algumas partes que não foram bem limpas recebem a tinta: a tinta não será capaz de se aderir à superfície da parede e as bolhas vão se formar. Se você raspar essas bolhas, vai perceber que, embaixo delas, há um pó.

Outro ponto importante que você precisa ter atenção quando for analisar bolhas é se existe umidade no local. Se houver, a primeira coisa a ser feita é corrigir essa umidade, porque você não vai ter um resultado positivo no seu trabalho se a fonte da umidade não for corrigida.

Quando se trata de bolhas por umidade, antes de mais nada, você precisa identificar se a correção pode ser feita por você ou se será necessário contratar um profissional especialista para solucionar a umidade ou a infiltração. Só então, com a fonte de umidade tratada, é que você poderá realizar o trabalho de pintura.

Outro tipo de bolha com a qual você pode se deparar é quando você usa massa corrida ou massa acrílica em demãos muito finas ou com muita força – então, esse tipo de bolha pode surgir após a pintura. O ideal é que a massa aplicada tenha pelo menos 1 milímetro por demão, para que ela aguente o lixamento e a pintura.

Para corrigir bolhas na superfície, você precisará raspar, lixar e eliminar todo o pó. Feito isso, você vai aplicar uma demão de fundo preparador de paredes, fazer o nivelamento com massa corrida ou acrílica, lixar essa massa e eliminar o pó.

Aí, então, a superfície estará pronta para receber o acabamento com tinta.

Podcast: Mofo

Vamos falar um pouco sobre mofo? Antes de mais nada, é fundamental lembrar que toda patologia requer que você se cuide ao máximo para executar o trabalho. É importante que você preserve sua saúde e segurança. Isso significa que você deve utilizar máscara para vapores orgânicos, máscara para pó, óculos, luvas de proteção, bota ou sapato fechado, calça comprida ou um macacão, se preferir. O fundamental é que você proteja suas pernas, braços, mãos e rosto. Tudo isso é muito importante; EPI é fundamental!

O tratamento contra mofo é feito com água sanitária ou cloro, que são produtos tóxicos e muito fortes. A reação desses produtos com o mofo pode causar problemas respiratórios muito sérios, além de alergias na pele, nos olhos e até enfisemas.

Para tratar esse tipo de fungo, você deve aplicar a água sanitária ou cloro com um spray, para fazer a limpeza da área mofada. Esse tratamento é feito na seguinte proporção: 1 parte de água sanitária ou cloro para 10 partes de água.

Após a aplicação, deixe a substância reagir sobre o mofo. Após alguns minutos, esfregue e enxague a área. Para finalizar, use um pano úmido; depois, um pano seco e deixe secar completamente. Todo esse processo serve para matar o fungo presente naquela superfície.

Agora, sim: após a limpeza, você pode começar o processo de preparação e pintura.

Em algumas situações, você pode se deparar com o mofo sobre uma superfície que está seca. Geralmente, com a superfície seca, você conseguirá remover o mofo passando uma lixa. Nesse tipo de situação, é fundamental que seja utilizada a máscara, para que você não inale o pó com a presença do mofo – que é um veneno para sua saúde. Sempre que você estiver em uma situação com mofo, redobre os cuidados e não deixe de utilizar EPIs, conforme falamos anteriormente.

Podcast: Manchas na pintura

As manchas na pintura acontecem por causas muito diversas e também são muito comuns. Mas o que seriam essas manchas na pintura e como podem ser corrigidas?

Uma das causas mais comuns de manchas é a falta da homogeneização da tinta. Homogeneizar quer dizer misturar; ou seja, ao abrir a lata de tinta, você não pode colocá-la diretamente na bandeja ou na caçamba. Antes, é preciso misturar bem a tinta e, depois, fazer a diluição indicada pelo fabricante.

Existem também as características dos produtos, que podem influenciar no desenvolvimento de manchas. Por exemplo, se você aplicar uma tinta fosca de cor escura, com muito pigmento, com o tempo e o uso, ela ficará esbranquiçada. Nas cores claras, também ocorre o esbranquiçamento – mas geralmente ele fica mais camuflado nesse caso. Em relação às cores fortes, você deve orientar seu cliente para utilizar um acabamento com tinta acetinada.

Uma outra situação que provoca manchas com muita frequência é a extração de solúveis. Ela ocorre quando chove sobre a superfície recém-pintada, pois a tinta possui detergente na composição – em contato com a água, esse detergente é extraído, o que cria as manchas.

Imagine aquele dia de sol e, quando você termina de pintar, vem a chuva. Quando isso acontece, você precisa lavar toda a parede com uma mangueira, para uniformizar o contato da tinta com a água. Não precisa ser forte; só é preciso molhar toda a parede antes que seque a água da chuva, ou em até 12 horas, para evitar que as manchas escorridas se estabeleçam de forma permanente sobre a tinta. Se não for possível evitar as manchas, a superfície precisará ser pintada novamente.

Outro tipo de mancha com a qual você vai se deparar é a eflorescência. Ela acontece porque não foi respeitado o tempo de cura total do reboco, os 28 dias. Para corrigir esse tipo de problema, você precisará fazer uma boa análise da superfície. Se além da eflorescência houver outras patologias, como umidade, por exemplo, os problemas precisarão ser todos tratados antes de repintar a parede. Caso a superfície com eflorescência já tenha completado o tempo de cura, você deverá lixar para remover partes soltas ou mal aglutinadas, aplicar uma demão de fundo preparador de paredes e nivelar com massa acrílica. Feito isso, você vai lixar, limpar e aplicar um novo acabamento com tinta sobre a parede.

Para evitar problemas com seu cliente, você deve sempre orientá-lo, explicando previamente quando houver risco de patologias por aplicação de produtos inadequados ou sem aguardar o tempo de cura. Caso seja necessário, aplique a tinta de preferência do cliente em uma área da parede para fazer uma demonstração dos problemas que podem surgir. Com isso, você evita que ele seja surpreendido por problemas que poderiam ser evitados.

Podcast: Falta de secagem do esmalte sintético ou verniz

Existem alguns profissionais que procuram sempre alguma forma de agilizar o trabalho e, com isso, acabam prejudicando processos importantes da pintura. Não vai ser o seu caso, tenho certeza, porque você está se profissionalizando para ser um excelente pintor. Mas em determinadas situações, alguns pintores podem usar produtos de diluição incorretos, como o tíner, por exemplo.

O tíner não é feito para diluição de tinta. Existe, no entanto, uma ideia equivocada de que, por evaporar muito rapidamente, o pintor poderia ganhar tempo com o tíner, já que o período de secagem entre demãos seria reduzido. Isso é um grande erro; não funciona. O diluente correto para esmaltes e vernizes é a aguarrás.

Quando a diluição é feita com tíner, gasolina, querosene ou qualquer outro material incorreto, o que acontece é que a primeira demão de tinta não seca completamente. Assim, quando o pintor aplica uma segunda demão, ela acaba movimentando a primeira camada de tinta. Com isso, a tinta vai demorar muito mais tempo para secar ou não vai secar. Ela vai ficar sempre com um aspecto estranho, como se estivesse grudando. Você encosta a mão e sente ela pegajosa.

Como um bom profissional, seu papel é alertar seu cliente sobre esses riscos e não cometer esse tipo de erro, seguindo sempre as recomendações dos fabricantes – que, por sua vez, são orientados pela ABNT, e já fizeram diversos testes antes de comercializar seus produtos.

Outro fator que pode dificultar a secagem do esmalte sintético ou verniz é a resina da madeira. Nesse caso, você deve utilizar um isolante para proteger a madeira antes de receber a pintura. Você precisará lixar bem essa madeira para remover toda a resina e, aí então, aplicar o isolante. Mas lembre-se de aplicar o isolante nos seis lados da madeira: na parte de baixo, na parte de cima, na frente, no fundo e nas laterais.

Podcast: Escorrimento da tinta

O escorrimento da tinta pode acontecer por diferentes causas. Às vezes você acha que a tinta está muito espessa e acaba diluindo mais do que o recomendado pelo fabricante. Também pode acontecer, em dias de temperatura muito baixa, que a tinta tenha um escorrimento mais rápido.

A correção do escorrimento de tinta é parecida com a correção do enrugamento. Se você está pintando e, após a pintura, percebeu o escorrimento, aguarde a secagem completa da tinta para lixar a superfície escorrida, tirar o pó e pintar novamente.

Perceba que o escorrimento sempre está relacionado aos processos de aplicação da tinta. É preciso ter um olhar clínico sobre as situações para tentar prever alguns desses problemas e realizar o trabalho da melhor forma.

Também é muito importante que você siga as instruções do fabricante. Se o fabricante diz para diluir a tinta em 10% do diluente, você precisa obedecer a esses 10%, porque neles já está contida uma margem de segurança, para que não aconteça o escorrimento ou outras patologias. O fabricante já fez todos os testes possíveis na fábrica antes de colocar o produto no mercado.

Podcast: Calcinação

A calcinação é consequência de um erro antigo. Ela acontece porque no início da preparação da alvenaria não foi aguardado o tempo de cura adequado do reboco. A tinta foi aplicada e o reboco reagiu à aplicação de tinta, formando a saponificação; a saponificação, por sua vez, não foi tratada – e a consequência da saponificação é a calcinação.

Observe as imagens no curso e perceba que essas erupções da calcinação são a consequência desse primeiro estágio, a saponificação. Elas começaram como umas manchas esbranquiçadas e, como não houve tratamento, tornaram-se essas manchas que podemos ver nas imagens do curso sobre calcinação.

Para tratar a calcinação, você deve raspar completamente a parede, depois aplicar fundo preparador para aglutinar as partículas, nivelar com massa acrílica, lixar e tirar bem o pó. É importante se lembrar sempre de lavar o pano, para retirar o excesso de pó que vai ficando no tecido.

Com a superfície limpa, é possível pintar novamente. Mas não se esqueça nunca de que todo o processo deve que ter sua sequência de aplicação realizada corretamente, para evitar problemas futuros.

Podcast: Amarelecimento do gesso

O amarelecimento do gesso é muito comum na pintura de placas de gesso usadas para fazer forro e divisão de ambientes – mas ele não acontece com o gesso corrido ou o drywall. Vamos entender melhor.

Durante a confecção das placas de gesso, ainda na fábrica, é utilizado um óleo desmoldante na forma, para ajudar a desenformar a placa de gesso. Muitas vezes, esse desmoldante é de má qualidade – que não é visível ao comprarmos a placa.

Então, o que ocorre é que, quando você compra o gesso, não consegue observar a presença do óleo na placa. E, ao iniciar a preparação da superfície para pintura, as manchas começam a surgir.

Essas manchas começam a se tornar perceptíveis na aplicação de massa sobre a placa de gesso e continuam aparecendo mesmo após a pintura.. Elas ocorrem porque o óleo usado para desenformar a placa de gesso migra para a superfície pintada. Você pode passar muitas demãos de tinta, não vai adiantar: o óleo sempre vai migrar para fora, formando manchas amareladas.

Para eliminar esse problema, você vai utilizar um esmalte sintético fosco, à base de aguarrás, diluindo conforme orienta o fabricante. Em seguida, aplique uma demão em cima da superfície amarelada, aguarde o tempo de secagem e faça o acabamento com a tinta que preferir.

Na verdade, existem dois tipos de produtos que podem ser usados para corrigir ou prevenir o amarelecimento em placas de gesso. Você pode usar o esmalte sintético branco fosco que foi mencionado anteriormente, ou aplicar um fundo branco fosco para madeira, porque ambos são feitos à base de óleo. Com isso, o óleo da base de gesso se funde ao óleo da tinta, impedindo que ele retorne à superfície. Mas tenha atenção: use esmalte fosco; nunca esmalte acetinado nem brilhante para esse trabalho.

Quando você se deparar com uma superfície construída com blocos de gesso, como um forro, por exemplo, você deve saber que é possível que ocorra esse tipo de patologia. Então, sempre que possível, já aplique uma demão de um desses produtos, para evitar desperdício de tempo e material.

Podcast: Trincas na superfície

As trincas surgem, geralmente, por consequência dos movimentos sofridos pela estrutura. Ao analisar uma trinca, é importante que você saiba distinguir uma trinca de uma rachadura. A rachadura é um estágio avançado da trinca, que não pode ser corrigida pelas técnicas de pintura; já o tratamento de trincas possui algumas ferramentas e materiais que você pode utilizar para fazer correção desse tipo de problema.

Para corrigir trincas, você deve começar utilizando uma talhadeira ou um abre trinca, para abrir a trinca em forma de V. Após essa abertura, limpe e retire as partículas soltas e aplique uma demão de fundo preparador de paredes para aglutinar as partículas. Com essa trinca bem preparada, aplique um selante acrílico flexível com um aplicador de silicone. Esse selante é uma massa emborrachada que faz com que a trinca fique muito mais resistente aos movimentos. Após essa aplicação, passe uma espátula de aço para retirar o excesso do selante e faça o nivelamento da superfície. Em seguida, aplique uma tela autoadesiva para aumentar a durabilidade da correção. Para finalizar, aplique a massa acrílica, lixe, retire o pó e aplique a tinta de acabamento.

Podcast: Ataques de cupins em madeira

Os cupins são o terror para qualquer tipo de madeira. Geralmente, você pode observar a presença de cupins pela formação de furinhos na superfície, e pelo pó no chão, que eles vão deixando cair no lugar onde se instalam. Os cupins surgem em épocas de mudanças de estações e se alojam em locais nem sempre visíveis. Os cupins aparecem em revoadas: são aqueles insetos conhecidos como siriri ou aleluia.

O tratamento ideal para cupins é a prevenção. Quando lidamos com uma madeira nova, a primeira coisa a ser feita é aplicar veneno nela, de forma preventiva. Se for uma porta, o veneno deve ser aplicado em seus seis lados: nas duas laterais, em cima, embaixo, na frente e atrás da porta. Dever ser feito um banho em toda essa porta.

Um ponto importante: sempre faça o lixamento da madeira antes de aplicar o veneno. Dessa forma, após aplicação do veneno, você não precisará fazer nenhum procedimento de abrasão, e não produzirá um pó com veneno que possa contaminar o ambiente.

Vale ressaltar também a importância de usar EPIs para a aplicação do veneno. É necessário usar uma máscara para vapores tóxicos com o filtro combinado, própria para isso. Além da máscara, você precisa proteger a pele com um macacão ou com uma camisa de manga comprida. Deve usar calça, botas, luvas e óculos para proteger os olhos de respingos. Esses cuidados são muito importantes para sua saúde.

Caso você vá fazer um trabalho em uma madeira já infestada, e se trate de uma infestação muito intensa, procure avaliar junto ao cliente a necessidade de contratar uma empresa de descupinização, para eliminar de uma forma mais efetiva essa patologia.